Demorei
um pouco para falar sobre isso, mas ficou a vontade de escrever sobre a missa
incrível e a Palavra tocante que foi a de domingo, dia de São Francisco de
Assis.
Antes
de me aprontar para ir, tomando café, costumo deixar a televisão ligada e
neste domingo estava no canal da Canção Nova. Acompanhei um Sermão mais que
provocante, um verdadeiro tapa em nossa cara. Estava no meio, mas não teve
importância porque estava em uma boa parte e aí me sentei para ouvir melhor. O
padre dizia fervorosamente, que ao invés de pedirmos coisas a Deus, temos que
nos doar. Sempre mais. E o quanto estamos dispostos a isso? Refletia que é
comum hoje em dia entregarmos a Deus nossos pedidos mais que variados e
complexos. É fato que aprendemos (erroneamente) que Deus é o grande
solucionador das nossas várias necessidades, tem igrejas que até ensinam isso.
Mas
as pessoas aí se sentem servidas por Deus e não querem fazer nada. Pedem Ó Deus
dá-me isso. Deus. Dê-me aquilo, por favor... E esperam. Esperam. E se não
conseguem, se frustram, se revoltam com Ele. Paralelo a isso, o padre fez uma
comparação com o filho pródigo: “Dá-me a parte que me cabe da
herança...” (Lc 15,12), disse o jovem ao pai, e aí deu no que deu do que já
conhecemos essa história. O rapaz foi parar no meio dos porcos e só aí lembrou
que o pai tinha muitos empregados e eles não eram tratados assim. Ao chegar
arrependido para o pai disse: “Fazei-me um de seus empregados” (Lc
15,20). E aí o pai o acolheu com grande festa.
Não se está aqui dizendo que não devemos pedir nada a Deus. Mas sim, devemos nos dirigir a Deus à aquilo que não nos é possível alcançar. Que só Ele pode prover. Isso sim! Ele é o Deus do impossível e Ele mesmo disse isso. “Eu sou, em verdade, o Senhor, o Deus de todas as criaturas. Haverá algo que me seja impossível?” (Mt 19,26). No entanto, temos que nos atentar que Deus nos dá aquilo que realmente precisamos e não o que queremos.
Não se está aqui dizendo que não devemos pedir nada a Deus. Mas sim, devemos nos dirigir a Deus à aquilo que não nos é possível alcançar. Que só Ele pode prover. Isso sim! Ele é o Deus do impossível e Ele mesmo disse isso. “Eu sou, em verdade, o Senhor, o Deus de todas as criaturas. Haverá algo que me seja impossível?” (Mt 19,26). No entanto, temos que nos atentar que Deus nos dá aquilo que realmente precisamos e não o que queremos.
Nos
dois primeiros versículos, vemos duas palavras: Dá-me, e fazei-me. E elas
significam muito. O quanto estamos disponíveis para fazer algo?
Na
missa, houve outra reflexão interessante que podemos juntar aqui com isso: “Por
esse motivo é que o homem deixa a guarda de seu pai e sua mãe,
para se unir à sua mulher e tornar-se uma só carne” (Gn 2,24). Pois
bem! Homem unindo-se a mulher para se tornar um só. É muito bonito, mas o que
isso quer dizer? Como pode duas pessoas se tornam uma só? É um desprendimento.
O mais difícil. O unir-se aqui é fazer-se disponível, é fazer-se uma nova
pessoa. E essa nova pessoa tem novos propósitos, tem novas angústias, tem novas
descobertas e novas necessidades.
Emocionalmente,
espiritualmente, intelectualmente, financeiramente e de toda outra forma, o
casal deve se tornar um. Não há mais meu dinheiro, minhas saídas, minhas
coisas. Mas nosso dinheiro, nossos passeios, nossas coisas.
Muitos
casamentos se destroem porque não entendem esse simples raciocínio e a lógica
de uma união matrimonial. O individualismo prevalece em muitas discussões e aí
um fica na defensiva apontando os erros do outro. É natural. Mas não chega a
lugar algum. (Discussões assim nunca chegam). Não entendem que o devem fazer
primeiro é olhar para si próprio e ver o que pode fazer para melhorar.
Conseguir se desprender e conseguir ouvir as reclamações do outro fará o outro
também lhe ouvir, e depois agir na mudança juntos. Entender o relacionamento
como um desprendimento é chave para um casamento de sucesso.
Claro
que viver para o outro não é fácil, as emoções se afloram, impedimentos e
limitações acontecerão. Mas é o caminho para se tornar um só. Fazer o outro
totalmente feliz é doar-se completamente. Doar-se ao outro é o que São
Francisco fez. Se desprender em razão do próximo e para Cristo é o que a
belíssima oração dele nos ensina.
Eu não tenho duvidas que Cristo ali o usou como
instrumento de paz, assim como diz a oração de São Francisco. Além do
desprendimento e a doação muito forte de tempo que fez, houve também uma troca
recíproca disso por parte dele. Deus cuidou de tudo.
Parece-me
então que Deus tem bons olhos para a palavra Fazei-me.
Renato.
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